O novo prefeito Keko do Armazém recebeu uma herança amarga do antigo gestor do município, Lula Cabral, que durante o seu último mandato extinguiu a Secretaria Executiva de Cultura, promovendo uma verdadeira desvalorização dos artistas e equipamentos culturais do município. Um retrato disto é a situação atual de dois locais icônicos do Cabo de Santo Agostinho: O Centro Cultural Mestre Dié e o Teatro Barreto Júnior.
O Teatro Barreto Júnior, que já revelou diversos atores e atrizes, palco de grandes artistas como Zé Geraldo e grupos como o Teatro de Amadores de Pernambuco, hoje encontra-se abandonado e cinza. A casa de espetáculos sofreu um incêndio em maio de 2017, início da gestão de Lula Cabral, e desde então as ruínas só aumentaram, um verdadeiro amontoado de lixo e resquícios cinzas.
No Centro Cultural Mestre Dié não houve incêndio, mas o sentimento de descaso é o mesmo. O local, que já ofereceu anos atrás refúgio para a população, exalando cultura, educação e conhecimento, hoje está desmoronando. A fachada corre risco de cair e portão não existe. Ao entrar, a situação é ainda pior. Diversas salas com o teto caindo, fios expostos e infiltrações. Um verdadeiro vazio e silêncio, num local que um dia foi conhecido pelo batuque e formação de pessoas.
Diferente desses, o Teatro Francisco Alves nem chegou a funcionar. Ele faz parte do projeto arquitetônico da Praça 9 de Julho, mas é um elefante branco. A construção está há mais de 8 anos atrasada e já foram gastos R$ 12 milhões a mais em relação ao projeto original. Porém, nunca saiu do papel. A esperança agora é que o novo gestor cumpra as suas promessas de resgatar o cenário cultural do município e valorize a história do povo cabo.
FalaPE