Nove estudantes das escolas João XXIII, na Iputinga; Hugo Gerdau, em San Martin, ambas na Zona Oeste da cidade; e Karla Patrícia, em Boa Viagem, na Zona Sul, representam o Recife na Milset Expo-Sciences International, evento que reúne projetos científicos de alunos de todo o mundo.
Ao todo, 300 projetos foram selecionados para participar do evento. Um deles, desenvolvido na Escola Municipal Hugo Gerdau, partiu de uma necessidade dos próprios alunos: amenizar o calor dentro da sala de aula.
“Nossa sala fica no primeiro andar da escola e tem cobogós, que permitem a passagem da luz solar. Os alunos ficavam suados e reclamavam bastante do calor. Foi aí que começamos a juntar as caixas do leite que era usado na merenda e resolvemos dois problemas em um: o do calor e da reciclagem do lixo que era produzido na escola”, diz a professora Giselly de Andrade Alencar.
Com 216 caixas cortadas e coladas após as aulas, uma cortina térmica foi formada e colocada do lado de fora da sala. “Medimos a temperatura com o equipamento e percebemos que conseguimos diminuir 1,5°C. Todos ficamos muito felizes”, afirma a educadora que coordenou o projeto.
Ainda na Zona Oeste, na comunidade do Caiara, na Iputinga, o lixo no mangue próximo à Escola Municipal João XXIII chamou a atenção dos alunos durante estudos sobre o meio ambiente.
“Conseguimos um drone para mapear o lixo e fazer uma maquete. Fizemos campanhas, reuniões, peça de teatro e história em quadrinhos para mostrar que o manguezal é conhecido como o berçário da vida”, conta a estudante Jennifer Nayara, de 11 anos. Ela viaja junto com outras duas alunas para apresentar a ideia no país árabe.
“Estou um pouco nervosa, mas vai ser muito importante porque lá eles não têm manguezal, então eles não têm esse conhecimento”, diz a jovem.
Em Boa Viagem, a Escola Municipal Karla Patrícia mostrou que a arte pode nortear os estudos de outras disciplinas. “Estudamos a obra da artista plástica Miriam Merci para mostrar que é possível estudar disciplinas como ciências e português a partir das imagens da vegetação e dos elementos utilizados nos quadros da artista”, declara a professora Ana Gláucia Araújo.
"A escola pública sempre foi o meu refúgio para tudo que eu consegui conquistar. Me tornei professora porque queria incentivar meus alunos a não desistir", afirma a educadora.
“É uma alegria muito grande para pais, alunos, professores. É um momento único na vida de todo mundo poder conquistar essa credencial”, conta o coordenador das feiras de conhecimentos da rede municipal do Recife, Ivanildo Luiz, sobre a participação no evento internacional.
G1PE