Dois encontros aconteceram no auditório da Atalaia com consultores da plataforma e a da Iônica, representantes da administração, dos bares e restaurantes, empresários e conselheiros distritais. A ideia foi construir um plano de ação com o objetivo de identificar e mapear os principais desafios e oportunidades, dentro de dos eixos temáticos de comunicação e educação.
Fê Cortez, ativista ambiental e defensora da ONU Meio Ambiente e conselheira do Greenpeace Brasil, que também faz parte da Menos 1 Lixo, promoveu o workshop intitulado “Um oceano de vida”, mostrando a problemática no plástico no planeta, que afeta a vida marinha e terrestre. Em seguida Úrsula Araújo promoveu atividades interativas entre os participantes. Tudo vai ser incorporado no processo do plano de ação.
“A ideia da vinda a Fernando de Noronha é a de implementar e ter um case brasileiro muito distinto de tudo o que a gente tem visto em relação a proibição de plástico e descartável. A ideia de estar na ilha é ajudar a população a criar as soluções específicas. O meu papel nessa visita é inspirar e facilitar rodas de diálogos para que propositivamente, juntos, com todos os envolvidos desenhemos a melhor solução para cada parte dessa nova forma sistêmica que vai precisar existir aqui na ilha para comercialização e consumo de plástico descartável”, disse Fê Cortez.
Cortez acredita que essa é uma temática muito importante no momento, porque desde que foi publicado o estudo do consumo de plástico descartável, acredita-se que em um futuro próximo o problema pode alcançar níveis nunca pensados. “Se a gente não mudar o consumo de plástico descartável, teremos mais plásticos do que peixes nos oceanos em 2050, a campanha da ONU foi lançada, que é o Mares Limpos, e várias ações estão sendo tomadas para que a gente diminua a quantidade de plástico que chega nos oceanos e para que a gente consiga viver enquanto sociedade de outra maneira”.
Wagner Andrade, diretor de inovação e criação da ONG Menos 1 Lixo, disse que a plataforma de educação ambiental tem por objetivo produzir conteúdo para inspirar, sensibilizar e engajar as pessoas no movimento pessoal de transformação no comportamento, no consumo e na relação que as pessoas têm na vida, com o meio ambiente no dia a dia, adotando práticas responsáveis com a vida, com o planeta e gerar impacto positivo. “Vir para Fernando de Noronha apoiar a administração da ilha, com todos os atores envolvidos, como sociedade civil, bares e restaurantes, rede hoteleira e todas as instituições que atuam no arquipélago, é fundamental para que, de fato, o decreto que foi promulgado possa efetivamente ser cumprido.
A Iônica, que vai trabalhar em parceria com a administração, é uma empresa que ajuda as médias e grandes organizações a fazer a transição para a sustentabilidade e as novas economias. Através da metodologia que cuida de soluções de curto, médio e longo prazo. “Com esse decreto vamos trabalhar com medidas de curto prazo, possíveis de realizar com tempo menor, para a partir daí a gente trabalhar medidas de médio e longo prazos ligados a outras áreas do meio ambiente e sustentabilidade e socioambientais, como energia e água, efluentes, construção, moradia etc”, disse João Bernardo, sócio da Iônica.
Para a conselheira distrital, Marilde Martins, conhecida como Véia, a proibição dos descartáveis é de extrema necessidade. “É importante não só para Noronha, mas para o planeta. A gente já vem trabalhando a educação sobre o cuidado com o lixo devido as epidemias. Principalmente na ilha, que é um local pequeno, bonito, onde temos esse problema. Então a conscientização é necessária, eu estou aqui para reproduzir o que eu vi nas palestras, com muita esperança de que as pessoas entendam a necessidade da educação em relação ao lixo”.
A equipe fez encontros e reuniões com entidades do governo, representantes comerciais e associação de moradores e também visitas em pontos estratégicos da ilha, para a imersão na realidade local do arquipélago.