Segundo o presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Cabo de Santo Agostinho, Carlos Antônio, as mulheres relataram que sofriam, diariamente, tortura psicológica e física. “O pastor gritava com as mulheres, as ameaçava trancar em um quarto escuro com duas cobras, que ele criava, e se elas contassem a alguém o que acontecia na casa, sofreriam consequências."
Ainda segundo o presidente, no local, estavam crianças, adolescentes e adultas. “Elas tinham seus pés acorrentados para realizar trabalhos como capinação. Todas disseram que não queriam ficar no local, mas a casa é longe de tudo, é de difícil acesso e mata fechada por todos os lados.”
Dentre os crimes que o pastor pode responder são os de cárcere privado e maus-tratos. “A casa pode ser fechada já que o local não possui registro de funcionamento. Agora, cabe agora à polícia fazer as investigações e determinar o que será feito com os envolvidos.” A delegada Natasha Dolci ficou responsável por investigar o caso.
Ainda na segunda, as vítimas foram submetidas a exames traumatológicos e prestaram depoimento na Delegacia do Cabo de Santo Agostinho. Após a oficialização da queixa, elas foram encaminhadas a uma casa de acolhimento regular.
A Polícia Civil informou, por nota, que recebeu a denúncia, na noite da última segunda-feira (14), do Conselho Tutelar do Cabo de Santo Agostinho e que as agressões eram praticadas por um pastor, que possuía um abrigo sem autorização de funcionamento destinado a usuários de drogas. A nota ainda afirma que as nove mulheres e três crianças foram escutadas na Delegacia e relataram as violências vividas. Todas as vítimas passarão por exames periciais e a delegada Natasha Dolci, titular da DP do Cabo, irá se pronunciar somente no avançar do inquérito.
FolhaPE