Na recomendação, o promotor exige que a prefeitura esclareça a todos os proprietários de animais, comerciantes e à população em geral, os motivos da interdição dos matadouros e que também faça fiscalização contínua para reprimir a comercialização de carnes sem as devidas normas sanitárias exigidas pela lei.
"Diante do risco iminente para a saúde das pessoas, há a necessidade urgente de desativar o funcionamento de ambos os matadouros para que não ocorra nenhum abate ou se faça a manipulação de qualquer animal", alerta Rômulo França.
A recomendação é um dos resultados do programa Carne de Primeira, do MPPE, a fim de coibir as irregularidades em matadouros públicos. O promotor, inclusive, ressaltou que, há cerca de dois anos, um novo matadouro público foi construído na zona rural de Catende e até hoje não foi inaugurado pela gestão municipal.
Segundo ele, foram várias as irregularidades sanitárias encontradas em ambos os matadouros. Na sala de abate de bovinos, por exemplo, a Adagro apontou que "encontram-se em precárias condições de funcionamento, higiene e operacionalidade". "Só na sala de abate, viram chão esburacado, parede revestida de cerâmica, vísceras dos animais abatidos misturadas com sangue e nenhuma infraestrutura de escoamento adequada. Em geral, a parte sanitária deixa a desejar em todas as partes dos matadouros. Não há condições de os moradores comerem a carne abatida nesses locais", reforça.
Além disso, os trabalhadores estavam em contato direto com esses agentes contaminantes biológicos, pois não trabalham com equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas, e as instalações elétricas foram feitas de forma improvisada. A Folha de Pernambuco tentou contato com o prefeito de Catende, Josibias Cavalcanti, mas, até a publicação desta matéria, não recebeu resposta.
FOLHAPE